segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os líderes da miséria x os líderes da abundância (de Jose Luis Tejon)


1 bilhão de pessoas no mundo vivem abaixo da linha da pobreza. São os miseráveis famintos. No Brasil, somos em 16 milhões de seres humanos. Por que sucubem com a fome e suas crianças já nascem condenadas à insuficiência de alimentos,  danificando na origem os seus cérebros ? É falta de produção de comida no mundo ? Não. 1/3 dos alimentos mundiais são desperdiçados e jogados no lixo. Cerca de 1, 3 bilhão de toneladas anuais jamais chegam nas bocas de ninguém. Os ricos dos Estados Unidos e Europa detonam nas suas lixeiras 222 milhões de toneladas de frutas e de hortaliças. Isso significa o que uma África inteira não consegue produzir em um ano. Em média, cada cidadão do mundo rico arremessa ao desperdício em torno de 100 quilos de alimentos. Por outro lado, a situação nos paises emergentes não é melhor. O relatório da FAO ( onde o brasileiro José Graziano assume a diretoria geral ), revela que 630 milhões de toneladas de alimentos são também jogados fora. Enquanto voce le este artigo, a cada segundo, novas 4 pessoas nascem na terra. Chegaremos a 9 bilhões até 2050. E, com certeza iremos assistir a uma revolução nos hábitos alimentares planetários, a uma nova consciencia do desperdício e com inventividade nos mecanismos antiperdas. Mas, qual é a sua opinião, ao observar os bolsões de miséria no Brasil e no mundo ? O que voce constata nesses ” rincões ” das desgraças ? nâo é mais por falta de informação, por ausência de saber como e o que precisa ser feito, por impossibilidade de acesso a recursos. O drama fica decisivamente focado na questão da ética e da qualidade das lideranças locais. Ao observarmos os eixos dessas doenças sociológicas, encontramos líderes parasitários que se abastecem da miséria. Existe uma parte da vida que vive daquela fome, da ausência de humanidade e de vontades empreendedoras básicas. A sociedade civil organizada já demonstrou em multiplos exemplos ao longo de toda a terra, ser o meio pelo qual a dignidade da vida pode ser alcançada nas situações mais dificeis e consideradas as mais críticas. Será da renovação das próprias lideranças locais, que precisam sair exatamente dessas zonas de miséria absolutas, o inicio do caminho para banirmos esse crime legalizado da condenação â morte prematura de bilhões de seres humanos. Não temos falta de comida no mundo. Temos uma ganância consumidora por um lado, leis e um desperdício incompatíveis com o novo desafio deste século, e a existencia de anti líderes, não sustentáveis, que parasitam a fome e vivem da fome de milhões de humanos. No Brasil o governo vai investir R$ 20 bilhões no combate à miséria. Esse montante continua sendo ínfimo, quando comparado aos R$ 150 bilhões por ano, pagos em juros, para bancos e investidores em papéis da dívida. A reforma da natureza, como escreveu Monteiro Lobato há de sair….lenta, gradual, irreversível. Nâo será do lado de fora do homem e sim na generosidade dos legítimos líderes da abundãncia.

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