sábado, 25 de fevereiro de 2012

Do Blog do Chico Maia


Neste lance do Independência, Alexandre Kalil teve atuação digna do pai, Elias!

24 de fevereiro de 2012 às 16:32
Era o Atlético acima de qualquer coisa!
Essa história do Estádio Independência foi digna do oportunismo dos grandes artilheiros por parte de Alexandre Kalil e sua diretoria. Fez lembrar o gênio que era o pai dele, Elias, no comando do Galo de 1980 a 1985.
Vamos ver se ele vai conseguir a parte mais importante que é fazer o time voltar a brigar na parte de cima da tabela do Brasileiro e outras competições que a massa aguarda; o que não é fácil.
Mexendo em meus alfarrábios (Ave Mestre Kafunga!), deparei-me com uma reportagem do “Estado de Minas”, página inteira, escrita pelo grande jornalista Paulo Celso na edição do dia 30 de junho de 1980, onde o então presidente do Atlético, Elias Kalil, explicava como fez para sair de R$ 40 milhões de dívidas para R$ 30 milhões de lucro em apenas seis meses de gestão à frente do clube: “… tenho uma equipe fabulosa de vice-presidentes e diretores…”
ELIASEm foto do Estado de Minas, o saudoso Elias Kalil
O Galo, que estava dormindo no ponto até a volta de um Kalil ao poder no clube, abriu os olhos desde fins de 2008 e agora voltou a bicar forte, usando o seu corpo jurídico de reconhecida competência.
Alexandre Kalil pode repetir a frase do pai, no que se refere à competência dos seus companheiros de comando; os “engravatados” que diariamente estão com ele na sede de Lourdes.
Agora falta o time corresponder, missão tão difícil quanto organizar a administração, finanças e pagar dívidas.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Do Site CAFE BRASIL


O caso Eloá e a relevância

Em minha palestra “Quem não se comunica se estrumbica”, apresento a “Teoria dos Quatro Rês”, que também explico no Videocast Iscas Intelectuais (você não viu ainda? Pô!http://bit.ly/yyXQBM ). Um dos “Rês” da teoria é “relevância”. 

Relevância vem do latim relevare, que quer dizer iluminar, levantar. Trazer para o primeiro plano aquilo que é importante. Mas nada é importante em si, nós é que tornamos importantes as coisas ao dedicar-lhes tempo e atenção. 

“Dar atenção” parece ser algo racional, sob nosso controle, não é? Mais ou menos. Outro dia escrevi sobre a adaptação sensorial, quando o cérebro desliga nossos sentidos dos estímulos que não mudam de intensidade ou qualidade, guardando energia para as novidades. E dei o exemplo de quem mora perto de um aeroporto e não escuta mais o ruído dos aviões, que se tornou rotina. Adaptação sensorial. Mas o oposto também é verdadeiro. Já reparou que quando você quer comprar um determinado modelo de automóvel, começa a vê-lo por todos os lados? Concluindo que o tal modelo é importante, seu cérebro sofre uma adaptação sensorial e torna-o relevante ao olhar. 

Muito bem. No final de fevereiro de 2012 começou o julgamento de Lindemberg Alves, que em 2008 sequestrou duas garotas, matando uma delas, a Eloá. Ao longo de uma semana, três ou quatro helicópteros de redes de televisão acompanharam um carro da polícia em busca da imagem do momento em que Lindemberg era retirado do camburão para ser levado para dentro do fórum. A imagem durava três segundos. O vôo dos helicópteros custou algumas dezenas de milhares de reais, sem contar os salários dos pilotos, técnicos e todo o arsenal envolvido nas redes de televisão que colocaram a imagem no ar. Foram horas e horas de tempo consumido com a cobertura do julgamento e com especialistas discutindo detalhes do processo e reprisando as imagens do criminoso em ação. Tamanha exposição tornou o assunto absolutamente relevante. E dezenas de milhões de pessoas dedicaram tempo às matérias televisivas. 

Não haveria mal algum se nosso estoque de tempo fosse infinito, se não houvesse coisas mais importantes aguardando nossa atenção e providências. Quando deixo a imprensa definir o que é relevante, onde devo aplicar minha atenção e tempo, dou a ela o poder de decidir como vou consumir meu tempo. Minha vida. Já pensou nisso? 

Por isso, reflita muito bem sobre que consequências o assunto que está consumindo um pouco de sua vida terá sobre seu presente e futuro. Vale a pena? O caso Eloá, por exemplo, é importante, o julgamento idem, a sociedade precisa da justiça e nós temos que saber do que se passou. Mas quanto de nosso tempo tem que ser dedicado ao assunto? 

Concluindo que já havia me informado o suficiente, mudei de canal só para ver em outro noticiário uma importantíssima matéria com cenas de policiais perseguindo um cabrito na Austrália. 

O Brasil é a República da Irrelevância. 

Luciano Pires

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Do Blog do Chico Maia


Independência S/A: um pouco de história para entender melhor a polêmica do momento

15 de fevereiro de 2012 às 16:14
* Nenhum dirigente do futebol mineiro tem autoridade para acusar um ao outro de querer ser mais esperto ou mais inteligente.
Na recente briga entre Globo e Record pelos direitos do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro ajudou a Globo a acabar com o Clube dos 13 e negociou isoladamente. O então presidente Zezé Perrella rompeu um acordo tácito que tinha com Alexandre Kalil, que pregava negociação em bloco com qualquer uma das emissoras, o que ficou provado, na sequência, seria melhor para todos os clubes.
Em 2003, o mesmo Perrella se aliara à CBF e Globo para acabar com a Copa Sul/Minas, que era rentável financeiramente e de excelente nível técnico, para todos.
Em fins dos anos 1980, o Cruzeiro ganhou do governo do estado, o ginásio poliesportivo do Barro Preto e, o Atlético, verba equivalente para obras na Vila Olímpica; isso para ficarem calados, porque o América já tinha ganhado o estádio Independência, recém-reformado para que o Mineirão recebesse um novo gramado e manutenção da estrutura.
Agora, com as obras para 2014, o América negociou bem demais novamente; e ganhou um moderníssimo e caro estádio Independência.
O Independência receberia um “banho de loja” ao estilo Pituaçu, em Salvador-BA, com investimentos de R$ 25 milhões do governo, em quatro meses de obra.
Mas a astúcia do América mudou tudo: o custo foi para mais de R$ 150 milhões; 18 meses de obras, complicando a vida de Atlético e Cruzeiro, que penaram na Arena do Jacaré, a quase 80 Km de BH, com públicos diminutos.
Futebol e governos se usam desde que existem, no planeta.
Na prateleira de cima mundial, o Real Madri virou o que é embalado pelo ditador Francisco Franco, que o queria mais forte que o Barcelona, da sempre rebelde Catalunha, a partir dos anos 1940.
Na década de 1990, com as finanças arruinadas, vendeu a sua sede à prefeitura madrilenha, por valores até hoje questionados.
A Internazionale vendeu seu estádio para a prefeitura de Milão, que o reformou e depois o entregou à própria Inter e ao arquirrival Milan, que décadas mais tarde ganharam o estádio todo novo do governo federal que o refizera para a Copa de 1990.
No Brasil, o governo federal deu um estádio ao Corinthians que será palco da abertura da Copa de 2014.
Flamengo, Vasco e Botafogo se beneficiaram de patrocínios estatais.
O Botafogo ficou com o Engenhão, construído pela prefeitura do Rio. Inter e Grêmio são patrocinados pelo banco do governo do estado.
O Atlético no passado já vendeu o seu estádio à prefeitura, e o recuperou através de brechas da lei.
Agora, se utiliza de seu excelente corpo jurídico para defender os seus interesses.
* Trecho da minha coluna dessa quinta-feira no jornal O Tempo, nas bancas!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Do Blog do Chico Maia


João Vitor Xavier praticou jornalismo da melhor qualidade

15 de fevereiro de 2012 às 08:34
Com as modernidades tecnológicas e a agilidade da comunicação, o termo “furo de reportagem” caiu em desuso, porque ficou difícil saber quem dá qualquer notícia bombástica em primeira mão.
Porém, de vez em quando, ainda acontece, quando o repórter tem faro apuradíssimo e sabe ser oportunista como os grandes artilheiros. Foi o caso do João Vitor Xavier nessa história do Atlético com o estádio Independência. Além do excelente repórter que sempre foi, João Vitor é deputado estadual e conhece os caminhos das pedras, no caso, de informações que pouca gente tem acesso. A notícia ocupou 100% dos noticiários esportivos, com todos da imprensa, que chegamos depois, buscando mais detalhes.
E ontem o João completou o show em seu programa “Bastidores”, ao ouvir os mínimos detalhes e versões de Alexandre Kalil, Marcus Salum e Valdir Barbosa, em nome do Cruzeiro.
Aliás, que quiser ouvir novamente os dirigentes, inclusive o presidente do Cruzeiro, Dr. Gilvan, e ler o contrato do Atlético com a BWA, é só acessar este link do site da Rádio Itatiaia:
http://www.itatiaia.com.br/site/noticias/noticia/6741

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Do Blog do Chico Maia


Da série, “confiar em quem?” Péssimos exemplos das Polícias Militar e Civil

11 de fevereiro de 2012 às 09:09
Duas do Hoje em Dia e uma de O Globo.
A primeira da noite passada, as outras de suas semanas atrás.
Em Minas, Santa Catarina e Rio de Janeiro: 
* “Militares urinam em estacionamento e agridem segurança do Mercado Central”
Vítima teria quebrado três dentes após ter sido espancada. Suspeitos foram detidos para prestarem esclarecimentos
Dois soldados da Polícia Militar (PM) são suspeitos agredir um segurança do Mercado Central, em Belo Horizonte, na noite de sexta-feira (10). De acordo com a PM, os possíveis agressores estariam urinando no estacionamento do mercado quando foram abordados pelo segurança, o que teria revoltado a dupla.

Conforme militares do 1º Batalhão, os policias estariam de folga e fazendo uso de bebidas alcoólicas no local, quando começaram a urinar no estacionamento. Um dos seguranças do local teria chamado a atenção deles. Neste momento, os policiais teriam partido para cima do rapaz, agredindo-o. A vítima teve três dentes quebrados.

Todos os envolvidos foram encaminhado à Delegacia Especializada Adjunta ao Juizado Especial Criminal (Deajec). Os militares são lotados na 15°Companhia Independente de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, eles não tiveram as identidades reveladas.
http://www.hojeemdia.com.br/minas/militares-urinam-em-estacionamento-e-agridem-seguranca-do-mercado-central-1.405098
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 * “PMs são afastados por tirar fotos ao lado de escultura”
 A PM está tomando providências para que todos os envolvidos, inclusive o fotógrafo, sejam ouvidos
Os quatro policiais militares de Santa Catarina flagrados tirando fotos com uma escultura da Cow Parade, no centro de Florianópolis, foram identificados e afastados, segundo informações da Polícia Militar (PM). O flagrante aconteceu em novembro do ano passado, junto à escultura instalada em frente ao Mercado Público de Florianópolis, segundo a PM, e foi divulgado ontem na internet.
COWPAREDEA PM está tomando providências para que todos os envolvidos, inclusive o fotógrafo, sejam ouvidos, para depois aplicar a punição necessária. Os PMs responderão a processo administrativo. A mostra Cow Parade, que reúne vacas esculpidas em fibra de vidro espalhadas em diversos pontos da cidade, começou em novembro de 2011 em Santa Catarina e terminou em janeiro de 2012. As esculturas são expostas em espaços públicos com visitação gratuita.
http://www.hojeemdia.com.br/noticias/2.349/pms-s-o-afastados-por-tirar-fotos-ao-lado-de-escultura-1.400098
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* “Delegada é acusada de crimes de desobediência e desacato em blitz da Lei Seca na Barra”

 Ela estava com a carteira de motorista vencida e se recusou a fazer o teste do bafômetro

RIO – O delegado Alessandro Petralandra, da 16ª DP (Barra da Tijuca), abriu um inquérito para apurar o incidente entre a delegada Daniela Rebelo, que se recusou a fazer o teste do bafômetro, e o tenente Bernard Giuseppe Barbosa Biggi Carnevale. A confusão aconteceu na madrugada deste domingo, durante uma Operação da Lei Seca, na Barra da Tijuca. No registro de ocorrência, a delegada é acusada de cometer crime de desobediência e desacato, por ter reagido a abordagem do policial durante a blitz. A acusação contra o tenente é de abuso de autoridade e lesão corporal por ter prendido a delegada com algema. O caso também será encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O órgão vai apurar possível transgressão disciplinar da policial.
Daniela Rebello foi parada por volta das 2h30m deste domingo na Avenida Lúcio Costa. De acordo com o tentente da Polícia Militar Bernard Giuseppe Barbosa Biggi Carnevale, ela se recusou a fazer o teste do bafômetro e o agrediu.
— Ela parou o carro em frente ao estacionamento do Hotel Sol da Barra, no trecho entre a viatura da PM e o balão da Lei Seca, acredito que para tentar fugir. Fui abordá-la e, nesse momento, ela já saía do carro. Pedi os documentos, e ela rebateu: “Você sabe com quem está falando?”. Depois jogou o documento que mostrava que era delegada e não quis fazer o teste — disse Carnevale.
O tenente ainda informou que a delegada estava com a carteira de habilitação vencida desde janeiro de 2011 e o licenciamento atrasado desde 2009. Além disso, tinha sinais de embriaguez.
— Ela tinha claros sinais de que tinha ingerido bebida alcoólica. Estava com os olhos vermelhos, andar cambaleante e hálito etílico — afirmou Carnevale, que mostrou um arranhão no pescoço. — Como insisti na fiscalização, ela me empurrou contra o carro, aumentou o tom da voz, se debateu quando tentei acalmá-la. Para resguardar a mim e a ela, eu a algemei por uns três minutos, e tirei quando ela estava mais tranquila.
DELEGADSA
Daniela foi encaminhada à 16ª DP (Barra da Tijuca), onde já trabalhou como delegada adjunta, e deixou o local por volta das 6h30m. Ela negou ter se recusado a fazer o teste do bafômetro.

Do Blog do Chico Maia


Fox Sports x Globosat: no fim das contas, o consumidor vai pagar a diferença

13 de fevereiro de 2012 às 08:34
Futebol é assunto tão sério no Brasil que essa polêmica da ausência do canal Fox Sports Brasil na Sky e Net virou tema do editorial da Folha de S. Paulo, quinta-feira passada.
E a conclusão mais comum quando se fala de Brasil: “no frigir dos ovos o consumidor é quem vai pagar”:
“Bola fora da TV”
Disputar a Copa Libertadores da América transformou-se no sonho de grande parte dos clubes e torcedores de futebol brasileiros. As principais competições do país, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, oferecem vagas para o torneio continental. Este, por sua vez, garante ao campeão a disputa do Mundial de Clubes, como ocorreu em 2011 com o Santos -derrotado pelo Barcelona na partida final.
O renovado prestígio da taça latino-americana coincide com o sucesso internacional da milionária Champions League, que reúne as principais agremiações europeias.
Neste ano, os dois maiores clubes de massa do Brasil, Flamengo e Corinthians, participam da Libertadores, ao lado de Fluminense, Vasco e Internacional, além do último campeão, o Santos.
Com tantos interessados em acompanhar a competição, era de esperar que as televisões aberta e por assinatura facilitassem o acesso às transmissões das partidas. Ocorre que uma disputa travada nos bastidores entre redes e canais de TV criou uma situação paradoxal, na qual parte da torcida ficará a ver navios.
A explicação está na entrada em campo de um novo “player” do mercado de canais esportivos, Fox Sports. Ligado ao conglomerado multinacional News Corporation, do empresário Rupert Murdoch, o canal, que detém valioso acervo de direitos de transmissão de eventos esportivos, será o único na TV paga a transmitir os confrontos da Libertadores.
Anteriormente, os jogos eram exibidos pelos canais SporTV, da Globosat. Na TV aberta, a Rede Globo mostrará só algumas partidas.
A Fox Sports dava como certa sua entrada sem custo adicional na grade das operadoras Net e Sky, que já transmitem outros canais do grupo. Não foi, porém, o que aconteceu -ao que tudo indica por pressões da Globo, que detém 33,6% do capital votante da Net e uma pequena cota da Sky, além de ser a maior fornecedora nacional de conteúdo para ambas, por meio da Globosat.
Sky e Net constituem uma espécie de duopólio na TV paga, respondendo, juntas, por quase 70% do mercado de quase 13 milhões de domicílios. Esse poderio é usado na tentativa de diminuir o alcance do concorrente, até aqui circunscrito a operadoras menores, como Oi, Telefônica e Embratel.
As negociações com Net e Sky permanecem inconclusas. Uma das alternativas aventadas pelas duas operadoras é incluir o canal em seus pacotes, mas mediante cobrança de uma taxa extra do assinante -que, nessa disputa, parece fadado a ser o grande perdedor.