segunda-feira, 4 de julho de 2011

Do Blog do Chico Maia


A Venezuela não é mais aquela; e o Brasil também, não!

03 de julho de 2011 às 19:39
A já surrada frase “não existe mais time bobo no futebol” voltou a ser lembrada na estreia do Brasil na Copa América, contra a Venezuela. Há muito o time da terra do Hugo Chávez deixou de ser aquele grande saco de pancadas que entrava em campo pensando apenas em perder de pouco.
A Bolívia deu o mesmo trabalho à Argentina na abertura da competição. A globalização não ficou só na economia e o futebol hoje está totalmente inserido neste contexto. Os principais clubes europeus têm jogadores de todas as partes do mundo, inclusive de países sem tradição no futebol.

A Venezuela tinha em campo oito jogadores titulares que atuam na Bélgica, Alemanha, Espanha e Holanda. Quando falta inspiração aos craques, seleções top como Brasil e Argentina sempre vão passar aperto. A maioria do time boliviano também atua no exterior.

Novidade mesmo na estreia brasileira foi a “carona” dada pela CBF, no ônibus da seleção, ao presidente do Barcelona,
Sandro Rosell. Ex-diretor da Nike, patrocinadora da entidade, é amigo do cacique maior do futebol verde e amarelo, Ricardo Teixeira.

A torcida estava praticamente meio a meio no Estádio Único, com muitos venezuelanos presentes, e argentinos divididos, torcendo para a “Vino Tinto”, mas também para a “canarinho”.

Ciudad de La Plata é a terra da presidente argentina, Cristina Kirchner, que conheceu seu falecido marido, e ex-presidente, Nestor, aqui, na Faculdade de Direito.
Assim como em todo o país, a cidade respira política e o futebol é um prato e tanto para a campanha que está nas ruas.
As eleições serão em outubro, mas parece que já serão na próxima semana, tamanha a intensidade de propaganda e candidatos nas ruas.

O cachorro que deu a volta olímpica e invadiu o gramado no fim do primeiro tempo no Estádio Único, deve ter sido enviado pelos colegas dele como representante dos milhares que são vistos nas ruas das grandes e pequenas cidades da grande Buenos Aires.
Perto do Hotel Los Cardales, em Campana, a quantidade deles impressiona. São cães abandonados, porém, sempre nutridos e fortes, já que são bem tratados por donos de restaurantes e moradores.

Parei o carro, sábado às 15 horas, em Buenos Aires, para ouvir a Rádio 97,9 FM, quando uma senhora argentina, cujo nome ainda não descobri, recomendava Belo Horizonte como um ótimo destino turístico no Brasil, com destaque especial para o Centro de Arte Contemporânea Inhontim, em Brumadinho. Foram 20 minutos, num programa de variedades, e dicas de turismo locais e internacionais.
Sugeriu pelo menos, três dias a BH, para uma ida também a Ouro Preto.

Nas enormes filas de acesso ao Estádio Único, cabos eleitorais distribuíam “santinhos” de candidatos a prefeito, governador e presidente. Dentro do estádio, o nome do governador Daniel Scioli aparece em todos os lugares possíveis. Como no Brasil até nos anos 1980, aqui é permitido nome do titular do cargo nas obras públicas, paralelamente à campanha eleitoral. Na abertura da Copa América, sexta-feira, o principal opositor conseguiu estampar uma bandeira gigante com o seu nome sobre toda a arquibancada.
A organização da Copa América continua pecando. O equipamento de som pifou e os hinos de Brasil e Venezuela não foram executados. Ao contrário de todas as competições internacionais desse porte, nos estádios e centros de imprensa não há detectores de metal, nem conferência de bagagens de torcedores ou jornalistas que entram.
Funcionários da AFA, do estádio e voluntários batem cabeça na hora de informar portões de entrada, estacionamento e situações básicas do gênero.
POLICIA
Centenas de policiais protegem a área externa dos estádios da Copa América, mas a segurança falha no acesso do público, imprensa e autoridades, já que não há detectores de metal, nem revista nos portões de entrada.

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