quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Paradoxo da existência De Alexandre Pelegi

Que 2011 seja um ano pleno
Com muito crédito, mas se possível sem juros

E que o gerente do banco
Seja, assim como eu, apenas um profissional em busca de melhor futuro

Que 2011 seja ameno
Sem escândalos, nem roubalheiras
E que sem eleições em outubro
possamos
sonhar e construir uma democracia mais madura

Que neste novo ano eu me sinta mais forte, íntegro e seguro
E que o amor participe da minha vida, sem adjetivos ou subterfúgios
e que a cada manhã eu possa acordar menos noturno

Que eu tenha muitos amigos
- e além de novos, redescubra os antigos -
E consiga riscar do vocabulário palavras como “desafeto” e “inimigo”

Que eu possa crescer sem que ninguém diminua
Que eu possa sorrir sem que ninguém chore
Que eu possa enricar sem fazer a ninguém pobre
E que eu possa ser feliz sem o custo da tristeza alheia

E que ao fim do ano eu me sinta como se estivesse
De novo começando,
Mais jovem, mais ingênuo,
Sem a malícia dos agiotas, nem a má fé dos capitalistas
Apenas me sentindo mais humano

Que este ano, como a cada novo ano,
eu consiga descobrir que o ato de envelhecer está em tornar-se mais sensível,
a
ponto de descobrir o paradoxo da existência:

- quanto mais velhos ficamos, mais crianças nos tornamos...

Um 2011 de muita infância e saúde!

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