quinta-feira, 15 de março de 2012

Do Blog Chico Maia

Realidade que José Maria Marin poderia mudar: clubes quebrados, CBF e Federações endinheirados

14 de março de 2012 às 12:59
Ricardo Teixeira saiu da CBF sem deixar nenhuma saudade; muito pelo contrário. 
A euforia geral pelo fim de 23 anos de mandato só não foi maior porque o seu sucessor também não inspira confiança.
Porém, pode haver uma luz no fim do túnel.
Durante a campanha presidencial de 2002 o candidato Lula disse que “o ser humano tem jeito” e citou José Sarney como exemplo.
O tempo mostrou que ele se enganou, porém, quem sabe o malufista José Maria Marin se enquadra neste sentimento que o Lula tem.
Em entrevista ao vivo à ESPN segunda-feira, Alexandre Kalil, um dos maiores opositores que Ricardo Teixeira teve na CBF, não tripudiou sobre o seu fim, e disse que agora é olhar para frente.
Também não criticou o sucessor e disse que espera que ele mude o que precisa ser mudado, para o bem dos clubes, que são a razão de ser do futebol.
Quinze minutos depois recebeu ligação do próprio Marin, que agradeceu e manifestou interesse em vir a Belo Horizonte para ouvir sugestões do presidente atleticano.
Kalil respondeu que, por questão de hierarquia e respeito, ele é que irá à CBF, quando o novo comandante o convidar.
Se quer dialogar com os clubes, Marin já está mostrando um diferencial em relação a Teixeira, que só conversava com os presidentes das Federações, que só usam os clubes, como a CBF.
Enquanto um Flamengo, o mais popular do país, comemora chegar perto de R$ 100 milhões de arrecadação anuais, a CBF, que não é dona de nenhum jogador sequer, arrecada quase R$ 300 milhões.
As Federações arrecadam muito menos que isso, porém, têm mais dinheiro que a maioria dos clubes.
Em Minas, só Atlético e Cruzeiro faturam mais, anualmente, que a FMF, que tem os cofres irrigados pela Globo, percentual nas rendas dos jogos, incontáveis taxas de inscrição e transferência de atletas em todas as categorias; taxas recursais e patrocínios, como a Chevrolet no atual Campeonato e BMG ano passado.
E os clubes é que pagam as despesas dos jogos, como as arbitragens, representantes da FMF, bem como as suas despesas de traslados, hospedagem, alimentação, e obviamente os devidos impostos.
Mas, como a esperança não pode morrer, há sempre um bom exemplo, e no caso das Federações, uma exceção: a de Goiás, que arca com todas as despesas dos campeonato que organiza, inclusive os traslados dos clubes e taxas de arbitragem, através das mesmas fontes de arrecadação que as co-irmãs têm.
Na conversa que terá com José Maria Marin, Kalil bem que poderia alertar ao novo comandante do futebol brasileiro para fatos como estes, que se resumem numa só realidade: CBF e Federações endinheiradas, clubes endividados, pobres ou semi-falidos, em todo o Brasil.
Os do interior principalmente, provocando este desnível técnico que existe e a falta de revelação de novos talentos, motivada pela falta de dinheiro e a Lei Pelé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário