quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Do Blog do Chico Maia


Quando a arrogância é castigada com rigor!

06 de dezembro de 2011 às 17:05
Antes de mais nada é importante esclarecer que respeito o direito de qualquer brasileiro duvidar de tudo e questionar a todos. Num país onde você vê manchetes diárias denunciando corrupção de autoridades públicas e privadas, dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Onde às vezes não se sabe quem é polícia e quem é bandido, e não se vê notícias sobre a prisão ou devolução de dinheiro por parte dos corruptos.
Mineiro já fama de desconfiado e quando ocorre do time favorito tomar de seis do maior rival, desfalcado, aí que é dana tudo mesmo!
A verdade é que a vida de todo jornalista mineiro tem sido um inferno nestes dias pós-clássico.
Abro a caixa de mensagens e tenho que responder a gente do Brasil todo questionando: houve armação? o Atlético vendeu o resultado?
Colegas de Curitiba ligam e escrevem desde domingo depois do jogo, já que o “Furacão” deles foi rebaixado por causa do “escândalo” em Minas.
Até amigos que detestam futebol, nunca falaram nada sobre o assunto e nem sabem direito a cor da camisa de cada time, têm feito a pergunta fatal: vendeu ou não vendeu?
Nessa histeria coletiva o poder de raciocínio entra em curto circuito e a razão fica escassa na cabeça da maioria absoluta. Os atleticanos irados, os cruzeirenses delirando de alegria.
Nelson Rodrigues escreveu a peça “Toda nudez será castigada” e em nossos tempos de Minas Esporte, da Band, eu o parafraseei e disse um dia para o Flávio Carvalho: “Toda arrogância será castigada”. E a frase agora serve para os alvinegros que pagam, outra vez, por comemorar antes da hora. Antes do jogo, circulava pelas redes sociais mensagens de atleticanos dizendo que não aceitavam outro resultado que não fosse uma vitória consagradora, de goleada. Como se fosse fácil vencer o maior rival em alguma circunstância. Este ambiente contamina jogadores comissão técnica e dirigentes. O Galo já passou por isso várias vezes em sua história. Todos passam a acreditar que já venceram antes de entrar em campo.
Depois de golear o Botafogo, o técnico Cuca viajou para pagar uma promessa; os jogadores relaxaram e quase todos eram vistos nos bares e restaurantes de Belo Horizonte, recebendo tapinhas nas costas sob os gritos de Gaaalôôô!
Ora, ora! Ganharam o quê? Comemoravam o quê? A permanência no G-16?
Se esqueceram que se domingo seria o “jogo da vida” do Cruzeiro, era também do Atlético, com a chance histórica e inédita de rebaixar o arquirrival!
Wagner Mancini e seus comandados foram trabalhar e se concentrar para o jogo, juntos, longe de Belo Horizonte. Só pensavam em vencer um adversário igualmente “meia boca”, porém, livre da pressão contra a degola e desfalcado de apenas um jogador.
Cuca que só conseguiu começar acertar o time depois de seis derrotas consecutivas estava em regime de quase férias com os seus jogadores; com churrascos e jantares em família.
Chegou a dizer que a missão no Brasileiro estava cumprida!
Ele e os jogadores também deviam estar pensando igual à torcida: vencer o Cruzeiro sem Fábio, Paraná e Montillo não seria tarefa complicada.
No domingo a única bola que rolou foi no gramado e a favor de Fabrício e cia. que entraram com “sangue nos olhos”, dividindo cada lance como se fosse a decisão do Mundial Interclubes, desde o primeiro minuto. Com 15 minutos já vencia por 2 x 0. O Atlético tentou reagir levou o terceiro, abrindo a porteira para o quarto, quinto e sexto.
Um time preparado física e mentalmente contra outro que parecia um ajuntamento de solteiros e casados em confraternização de fim de ano. Quando acordou, não tinha pernas para chegar ao gol cruzeirense e nem voltar para impedir os contra ataques fatais.
Foi isso!
O resto é dúvida de mineiros e brasileiros que têm o direito de suspeitar. Principalmente atleticanos que não aceitavam outro resultado que não fosse a “vitória”.
Queriam goleada, mas ela chegou do outro lado!

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